Essa foi uma pergunta que chegou em uma caixinha no meu Instagram e acredito que seja dúvida de muitas pessoas.
Há quem cobre o valor parcial da receita, há quem cobre o valor total. Há também os que não cobram, pois acreditam que este é um custo que a empresa deve arcar.
Outros não cobram porque não tem a noção de que esse custo deve entrar, de uma forma ou de outra, na conta!
Vou separar essas formas em tópicos e falar um pouquinho sobre cada uma delas.
Valor Total
Algumas receitas são mais baratas do que outras. Isso talvez possibilite adicionar o valor total da receita no preço final de venda.
Se este for o caso, é importante ressaltar: os próximos pedidos que forem feitos a partir da mesma receita, terão o mesmo preço final. A única diferença é que a margem de lucro aumenta! Não é o preço que diminui.
Imagina a primeira cliente pagando R$100 no produto e depois vê o mesmo sendo vendido por R$85. Provavelmente a experiência dela não seria a melhor, né?! Então manter o mesmo preço é o melhor a ser feito!
Valor Parcial
Para cobrar um valor parcial, o ideal é ter uma boa estimativa de quantos produtos você vai produzir a partir da mesma receita, para saber o quanto vai cobrar de cada cliente, até conseguir pagar a receita completa.
Exemplo: você pagou R$30 em uma receita e imagina que vai produzir 5 produtos a partir dela. Então, o valor parcial de cada cliente seria R$6 de taxa pela receita.
Se houver mais produtos do que você imaginou, esses R$6 viram lucro!
O problema é: e se não houverem 5 pedidos?!
Bom, nesse caso a empresa arca com o custo! Afinal, a compra da receita já foi feita, né?!
Compensação
Se juntarmos uma coisa com a outra, talvezzzz chegue numa compensação: receitas que vendem mais do que o esperado, ou produtos que você consegue inserir o valor inteiro e são vendidos mais de uma vez: o lucro de algumas pode compensar o "prejuízo" de outras.
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Eu acredito que muitas pessoas fazem a cobrança desta forma porque é bem comum termos que comprar uma receita por causa de uma encomenda que chegou!
Então, a lógica é que: o cliente quer esta receita, eu preciso comprar, então vou cobrar dele!
Porémmmmm, se enxergarmos a receita como um material de trabalho, ela talvez seja um investimento da empresa!
Quando chega uma encomenda e você precisa comprar um fio ou olhinhos que acabaram, a compra é do fio inteiro, mesmo que você não vá usar ele todo. Muitas vezes compramos vários pares de olhos de uma vez só, mesmo que ainda não tenha encomenda para todos eles.
Tudo isso é material e investimento. Coisas sem as quais a empresa não consegue produzir.
As receitas são a mesma coisa!
"Ah, mas eu posso só fazer bichinhos a partir de receitas gratuitas, e aí não terei um gasto a mais!"
Essa pode ser uma escolha!
Porém, acredito ser muito difícil crescer hoje no mercado com esse tipo de pensamento e comportamento.
Para crescer, precisamos investir.
Você vai negar todo pedido de encomenda por não querer comprar uma receita?!
Eu acredito que isso é insustentável. Pode dar certo por um tempo, mas chega um momento em que a compra de uma receita vai ser necessária para crescer e diferenciar seu negócio.
As receitas pagas tem um valor agregado maior, em geral. (Você pode ler mais sobre a minha opinião aqui neste post.)
Seguindo a lógica, vamos ver como fiaria a conta se colocarmos o preço da receita como investimento pago pela empresa.
Investimento
Neste caso, a empresa paga pela receita.
E de onde sai o dinheiro? Do lucro!
E é por isso que é tão importante entendermos sobre o processo de precificação.
Como disse no começo do texto, várias pessoas ainda não entendem como fazer, não entendem que este é um custo e que também deve ser levado em consideração para os gastos da empresa.
Se a empresa não tem dinheiro em caixa, ou se não separamos o dinheiro da marca do dinheiro pessoal, tudo isso fica mais complicado! E mais ainda se não colocarmos a margem de lucro na hora de precificar!!
Nas minhas reflexões, entendi que ver como investimento faz bastante sentido, porque comprar receitas é também uma forma de aprender coisas novas e aprimorar nossos conhecimentos e técnicas. Da mesma forma como um curso, que também sairia como investimento da empresa.
Compensação
Além disso, por enxergar um maior valor agregado nas receitas pagas, faria até sentido que elas tivessem um lucro um pouco maior - e consequentemente, um preço final relativamente maior.
Não acabaria compensando, da mesma forma que cobrar o valor da receita como um custo parcial?!
Me parece que, em alguns casos, poderia acabar em um valor muito próximo um do outro. O que muda é a forma de calcular.
O mais importante
O mais importante nisso tudo é termos a consciência de que a receita paga é um custo que precisa entrar na conta. Seja na cobrança do produto, seja nos gastos da empresa.
E a noção de que o lucro é necessário justamente para poder fazer investimentos!
Se o caso fosse comprar uma receita que você gostou, mas que não teve uma encomenda, o custo poderia ser visto como investimento da mesma forma. E é preciso ter lucro, para ter dinheiro em caixa, para poder investir.
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E aí, qual a sua opinião sobre tudo isso? O que faz mais sentido para você?!