- Texto criado por Mariana Verillo Medeiros da marca Bem Mimosa.
Vou começar esse post me apresentando, é claro. Sou a Mari, da Bem Mimosa. Sou de Curitiba, formada em Relações Públicas, fotografia e maquiagem. Sou dessas pessoas inquietas, que não conseguem ficar sentadas realizando a mesma atividade todos os dias. Gosto do movimento, de criar, de trabalhar com as mãos, de
produzir colocando um pouco de mim.
Sempre gostei de trabalhos manuais. Cresci com minha avó paterna fazendo as peças de roupas para os bebês da família com uma delicadeza e uma preciosidade absurda - sempre com um sabonete dentro da sacola para a lã ficar cheirosinha até acabar a peça. Depois minha mãe que fazia minhas saias para o verão em crochê super rápido e sem suar uma gota. Passei longe do crochê e tentei aprender um pouco, sem sucesso. Peguei um pouco do tricô, mas só faço meus cachecóis, ou seja, peças retas, sem contagem, sem nenhum ponto diferente. Pelo bordado tive uma passagem aos 10 anos quando decidi bordar em ponto cruz as toalhas para minha irmã que estava para nascer. Mas larguei na segunda toalha porque achei chato bordar no quadradinho. Fiz bijuteria, scrapbook e tantos projetinhos com as mãos que nem sei, incluindo bordar meus acessórios em pedraria para o meu casamento. Mas sempre fui tentando, testando materiais, ferramentas, métodos, em busca de uma atividade que fluísse pelas minhas mãos.
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Até que buscando uma atividade para relaxar a noite, peguei meu velho bastidor, alguns retalhos e fui aprender pontos, estudar bordado livre e conhecer um mundo novo. Fios, agulhas, técnicas, tecidos, aplicações, trabalhos incríveis feitos no mundo todo.
Saiu muita coisa feia, terminei muito projeto que não sai da minha caixinha. Um belo dia lembrei do que restou do tule do meu casamento e decidi testar bordar nele.
E aí foi o começo da Bem Mimosa!
E porque eu contei tanto de mim assim em detalhes? Porque eu acredito que tudo nos molda, o que deu errado, cada capítulo da nossa história, cada atividade que realizamos. E de tanto fazer, o criar é minha parte favorita, muito mais que o resultado final.
É aquela coisa da inteligência se divertindo, sabe? Eu amo ver isso acontecendo sempre em todas as partes do processo. Quando vou juntando cores, quando vejo alguma imagem bonita que pode ir para o tecido, quando recebo um pedido, quando olho para o tecido vazio sem nenhuma imagem de referência e só rabisco a mão livre, quando sonho com algo e já passo para o papel o traço pra não esquecer.
E então, escolher pontos, a agulha certa, o tipo de fio, repensar o ponto pra ajustar ao desenho, sair do guia de pontos e seguir o bordado livremente.
Depois me divirto produzindo foto para registrar o bordado pronto e arrumando a embalagem para uma entrega cheia de significado. Cada processo faço com carinho, esto algo novo, penso no que vem depois. Criar é parte de mim, e falar dele é tão gostoso quanto fazer.
Para criar com gosto, é preciso estar livre, estar aberto para errar, para testar várias vezes, descartar projetos que ainda não estão certos, desfazer algo que deu muito trabalho. É preciso ainda saber sair das linhas, pintar um pouco fora, esquecer algumas regras e desafiar a precisão. E ainda assim, saber deixar como está,
aceitar algumas falhas e imperfeições,
aceitar o "melhor feito que perfeito" e que, na verdade, essa perfeição nem existe. Criar é estar atento até quando é hora de descansar e relaxar. É tirar um tempo para ver um filme, para uma atividade física, sair com os amigos e no meio de tudo ver algo que dá um click, um sinal de que ali pode surgir um projeto. E é saber que não dá para ficar esperando a inspiração e a criatividade chegar, é preciso estudar, ter mil ideias bobas para uma fazer um leve sentido.
Para te ajudar nisso, aqui vai uma atividade simples que aprendi com um amigo que dá curso sobre criatividade:
Prepare um timer aí no seu relógio ou celular para 2 minutos;
pegue papel e caneta;
nesses 2 minutos, liste ou rabisque 10 ideias que vierem em sua mente.
Mas escreve tudo mesmo, das mais toscas e banais até aquelas super produções. Novos projetos, aperfeiçoamento de projetos antigos, embalagem, fotografia, arte, parceria, anota tudo aí.
Possivelmente vão sair algumas coisas bem toscas, mas que na verdade, com o tempo, colocando tudo no lugar, o mais tosco pode acabar sendo bem útil. O importante mesmo é exercitar a mente, a criatividade, mostrar pra ela que você está ali, pronto. E sempre que estiver em busca de coisas novas ou que se sentir travado, sente-se por dois minutos e volte pro papel, pros rabiscos, pras 10 ideias malucas!
Não importa se você trabalha em um escritório, se faz trabalhos manuais, se dá aula, se é de exatas ou de humanas, tire sempre um tempo para criar! Tire um tempo para fazer algo diferente do que está acostumado, é como fazer trajetos diferentes para o mesmo destino, pode ser que o resultado seja o mesmo, mas a beleza está no trajeto.
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